quinta-feira, 26 de junho de 2014

Mais Docinho


Comentei há algum tempo atrás das frases da Laura que nos encantavam pela inocência e pela douçura. Parte do que ela fala é reflexo do que está acostumada a ouvir. Mas há sempre momentos que nos marcam mais ou nos surpreendem... O tempo passa e é certo que vamos esquecer! Então melhor registrar o que ainda está na memória!
Um momento docinho com o papai
Da escola

"But, mommy.. I love Enzo! He is in my heart and now my heart is broken!" ("Mas, mamãe... Eu adoro o Enzo! Ele está em meu coração e agora meu coração está partido!"). Ao saber que um de seus amiguinhos prediletos iria mudar para o turno da tarde... Sim, ela ficou bem. Costuma se expressar com intensidade, mesmo!

A Laura e muitas de suas coleguinhas tem playdates. No dia que alguma delas vai receber outra amiguinha em casa, raramente deixam de compartilhar a novidade. É natural que isso seja motivo de ciúmes, mas nunca ouvi nada muito intenso neste sentido por parte da Laura. Ao contrário, ao me contar que as amiguinhas iam pra casa da Catarina, amiguinha de quem ela gosta muito, ela disse: "I hope Luisa and Bárbara have lots of fun with Catarina!" ("Espero que Luisa e Bárbara se divirtam muito com a Catarina!") Isso com um rostinho sincero e alegre. E me pediu para convidá-las também um dia...  ;-)

Na última páscoa, perguntei se ela queria fazer cartões para suas professoras. Ela ficou empolgadíssima! Comprei papel colorido, adesivos, glitter...  Eis o resultado:

Cartões para as misses  Analu, Luana e Yasmin.
Super educada

Em alguns momentos, por pura ternura pela Laura viro para ela e digo, "Lolly, you're such a joy to be around!" (algo como "Lolly, eu aprecio tanto sua companhia!"). Ela sempre faz carinha de modesta e diz coisas como, "Aw, shucks!" (algo como "Imagina!") ou "Thank you, mommy!". Da última vez saiu um "You are a joy to be around, too, mommy!"... "Aw, shucks!", digo eu!

Bons sonhos

Durante a rotina na hora de dormir, é um festival de carinho!

Eu e o Douglas vamos para o quarto com ela que escolhe um livro para ler ou pede para o papai fazer a leitura. Depois são os beijos e os "eu te amo" de boa noite e apagar as luzes. Eu e Douglas cantamos uma canção de ninar juntos. Depois disto o Douglas se despede e eu faço companhia e canto até ela dormir.

Fazemos questão de cercar este momento de aconchego e segurança. Hora de dormir não deixa de ser um momento de separação, a que a Laura sempre foi muito sensível e ainda é, embora venha amadurecendo.

Neste momento, às vezes rola uma "disputa" para ver quem ama mais a outra. Aí a Laura finaliza: "I love you the size of the universe and all the galaxies together!".  ("Eu te amo do tamanho do universo e de todas as galáxias juntas!") Eu posso no máximo amar o mesmo tanto, né?

Às vezes, depois que o Douglas já saiu do quarto, ela se senta na cama , me abraça para me dar mais um boa noite,  e dizer: "If you have a bad dream, or need me, you  can call me, ok?"  ("Se tiver um pesadelo ou precisar de mim, pode me chamar, tá?"). Sempre dissemos isso para ela, que pode chamar a mamãe ou o papai se precisar... Agora tá retribuindo. :)

Outras vezes complementa o boa noite com um carinho na testa minha e/ou do papai, dizendo: "For you to have good dreams" ("Para você ter bons sonhos".).

Superpoderes

Outro dia estávamos brincando e ela já tinha me passado o script: ela ia ficar triste porque não tinha superpoderes e eu ia ajudá-la fazendo uma mágica. Quando "fiz" a mágica ela disse: "Mommy, you're a star!... You made my dream come true!" (Mamãe, você é uma estrela! Você fez meu sonho se tornar realidade!).

Pai herói

Semana passada o Douglas comprou um grampeador para móveis para concertar o forro do sofá que estava soltando. Quando a Laura viu o resultado da façanha do papai exclamou: "Daddy, you're a hero! You earned a badge!Wait, I'm going to make a medal for you!..." ("Papai, você é um herói! Você ganhou um distintivo! Espere, vou fazer uma medalha pra você!..") E correu para o quarto, desenhou uma estrela, escreveu "Dad" (Pai) no centro, recortou e trouxe correndo pro Douglas. Pena que perdemos o tesouro!! :-/

Questão de família

É duro ser criança: todos os adultos dizendo a você o quê, quando e como fazer o tempo todo! Claro que isso acontece por uma razão, mas não tem que ser exatamente assim... Podemos ajudar a criança a sentir mais controle sobre a própria vida, por exemplo, dando a ela a chance de participar de decisões de que ela já tem condições de participar ou deixando ela tirar conclusões sobre como resolver um problema ao invés de chegar com a solução pronta. O mais importante é que com isso ela aprende a tomar decisões e resolver problemas por conta própria.

Nós procuramos praticar coisas do gênero, envolvendo a Laura em pequenas decisões do dia-a-dia, como: que caminho seguir para o playground ou o que vestir.  Ou ainda considerando suas escolhas para a sua festa de aniversário. Também costumamos perguntar para ela qual a solução para o problema, quando ela nos apresenta alguma reclamação ou pedido, antes de ajudarmos a achar a resposta ou responder.

Ainda assim, nos últimos tempos ouvimos um "I hate this family thing! You just boss me around all the time!..." ("Estou cheia deste negócio de família! Vocês só mandam em mim o tempo todo!").  E saiu pisando duro...

Não,  este não foi um momento de conflito. Encaramos como uma oportunidade de avaliar se estamos esquecendo de dar opções para ela ou precisamos melhorar nossa comunicação.

O maior dos prêmios

A frase mais recente que ouvi da Laura: "Mommy, you're the best in doing everything for me and helping me with things I don't know!" ("Mamãe, você é a melhor em fazer tudo pra mim e me ajudar com as coisas que eu não sei!").  Alguém deseja ouvir mais do que isso? Derreti.

Reading on the go: the new generation


Sempre amei ler. Depois que a Laura nasceu, como conto nos posts "Reading on the go" e "Vivendo, lendo e aprendendo", buscar literatura sobre desenvolvimento infantil, criação, disciplina, educação, desempenharam um papel central na minha adaptação à maternidade. Vou além: diria que esta literatura desempenhou papel central em nossa adaptação e desenvolvimento como família.

Conto com orgulho que a Laura nunca ficou de castigo ou muito menos apanhou para "aprender" a se comportar. Temos uma dinâmica familiar que considero muito bem sucedida (não perfeita, claro!). E atribuo boa parte deste sucesso às tantas coisas que os livros nos ajudaram a colocar em prática. As leituras passaram por desenvolvimento cognitivo, emocional... personalidade, literatura alinhada com attachment parenting e positive discipline (há muitos links para livros e artigos relacionados aqui no blog. Role a página e veja o quadro "Leituras recomendadas" à direita)... Hoje não tenho dúvida: criar um filho é algo muito complexo e importante demais para deixarmos tudo por conta da intuição e/ou senso comum. "Quem ama educa"? Eu diria que quem ama se educa!

Aliás, um parêntese: falando em "Quem ama educa", do Içami Tiba. Foi um dos primeiros que li na minha busca de informações. Não me lembro o suficiente do livro para fazer um comentário justo, mas o que posso dizer é que não deixou uma boa impressão. Pode ter sido o momento em que li. Mas, foi um dos livros que me fez pensar que deveria existir algo mais. E fui parar na seção de "Parenting" da Amazon.  Lá o meu problema foi selecionar títulos dentre a fartura de opções.  Quando eu procurava nas livrarias no Brasil, se desse sorte, encontrava algo escondido na seção de auto-ajuda ... Não sei se as coisas melhoraram de lá para cá, mas este era o cenário de 5 anos atrás.

Para não ser injusta com a literatura nacional, um dos livros que li e também me impulsionou em busca de opções mais adequadas para nossa família foram os então best sellers,  da "encantadora de bebês", Tracy Hogg, como conto neste post.

Enfim,  infelizmente, como vão notar, a maioria da literatura que recomendo é em inglês, sem versão disponível no Brasil.



Mas, voltando à leitura, o que começou como necessidade logo virou fascinação e quase compulsão. Fiquei absolutamente viciada em literatura relacionada a educação e desenvolvimento infantil!! Só que, tempo para ler é, digamos... um fator limitante. Para otimizar meu tempo, pude contar com as medias eletrônicas. Elas me apresentaram um novo modelo de leitura: ler a qualquer hora e em qualquer lugar.

Hoje tenho grande quantidade de ebooks no meu celular, principalmente para Kindle. Embora tenha Kindle (dispositivo), acabei preferindo o celular pela praticidade. Leio em qualquer lugar quando tenho um pouco de tempo. Aprendi a valorizar qualquer minuto disponível e hoje tenho uma lista considerável de livros lidos. Salas de espera e filas podem ser o paraíso :) Como diz Gretchen Rubin no seu "Happiness Project" a gente subestima o que é capaz de fazer em pequenos intervalos de tempo se for disciplinado para usá-los de forma consistente.

Ok, até aqui falei mais do mesmo em relação aos posts relacionados. Agora, a novidade:  não só voltei a ler livros fora do meu tema preferido, como estou lendo mais. E até reli alguns livros. Como, se mal tinha tempo para ler os livros que considero prioritários?! Agora tenho uma nova arma: audiobooks.

Tudo começou ao me interessar pelo livro "Welcome to your child's brain".  Não tinha versão para Kindle. Ou importava o livro (papel, oh, no!) ou comprava o audiobook. Conversei com o Douglas e decidimos experimentar. Para ler o livro, deveríamos assinar um serviço, da Amazon, o Audible. O acesso ao serviço é por meio de uma de uma app para IOS e Android. Há vários tipos de assinatura que te concedem créditos para adquirir livros. Fizemos a assinatura básica (grátis no primeiro mês!) e adoramos!

Hoje audiobooks são a nossa principal forma de "leitura". Como é tudo da Amazon, alguns são sincronizados (tecnologia Whispersync) com o livro texto para Kindle. E se paga mais barato para adquirir a versão para Kindle de um audiobook que você já tem e vice-versa.

No início eu literalmente parava para ouvir, como fazia quando lia um texto. A medida que  me adaptei a velocidade da narração e minha compreensão do áudio foi melhorando, eu passei a ouvir os livros enquanto fazia tarefas domésticas. Foi aí que a mágica aconteceu: assim consigo ler muito mais. E, por tabela, estou aprimorando meu listening. As good as it gets!

Todos usufruímos do serviço, inclusive a Laura, pois há livros para o público infantil. Às vezes colocamos livros para ela ouvir ao invés de contarmos ou de ela ler uma história. A experiência é bastante agradável. Os livros são lidos por narradores profissionais e às vezes até por atores.

Até agora, a única coisa que lamento é que nem todos os títulos que procuro tem audiobook, apesar da variedade ser bem grande. Fica a dica: Audible. Recomendadíssimo.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Eventos do primeiro semestre

Este ano a Laura está cursando o Intermediate Kindergarten (IK), que corresponde ao Jardim II. É uma série em que, na Maple Bear,  termina a imersão total em inglês e as crianças começam a ter aulas de português também. Do ponto de vista da linguagem, o foco tanto do inglês quanto do português é no que chamam de pré-alfabetização: conhecimento do alfabeto (que começou ainda ano passado), tanto a representação das letras quanto os sons e o desenvolvimento de muitas outras habilidades necessárias ao letramento: trabalhos com rimas, projetos literários, treino da escrita, etc..  A educação bilíngue propõe que a alfabetização ocorra primeiro na língua mãe (português, no nosso caso).  A alfabetização propriamente dita ocorrerá ano que vem, no Year 1.

O ano começou com o Star of the week e a Laura foi a primeira escolhida. No IK, os aniversariantes do mês são as estrelas de cada semana (a Laura é de fevereiro)... Nos anos anteriores, tínhamos pedido para as professoras que a Laura não fosse a primeira, para que ela tivesse tempo de se acostumar à ideia das apresentações ao observar outros colegas. Com já contamos em outros posts, situações de exposição costumavam exigir um certo cuidado da nossa parte.

Este ano, nem deu tempo de falar com as professoras. Na verdade, não deu tempo nem de pensar se seria necessário! Fomos pegos de calças curtas... Dado o bom histórico recente, deixamos correr. A Laura estava toda animada. E foi tudo bem com as apresentações ... O semestre inteiro!

Em março veio o Open house. É um evento em que os pais são convidados a visitar a sala de aula para ver os principais trabalhos desenvolvidos no período. Os trabalhos de todos os alunos ficam expostos na sala. As crianças normalmente ficam muito orgulhosas de mostrarem o que fizeram e de explorar o ambiente da classe com os pais. O destaque das fotos a seguir é para um dos trabalhos desenvolvidos no período: o projeto literário de português, "Elmer, o elefante xadrez". As crianças fazem uma leitura/exploração do livro em classe com a professora e trabalham o tema sobre diversas perspectivas.

Projeto: Elmer, o elefante xadrez

O Elmer da Laura
Turminha reunida

Em abril tivemos a comemoração do Dia da família. Este ano a escola optou por não comemorar dia das mães e dia dos pais em separado, como costumava fazer. É uma opção mais inclusiva, pensando que nem todas as famílias tem a formação tradicional. Mas confesso que senti falta da comemoração "só pra mim"!

A apresentação foi uma graça, pois nesta idade eles tem muito mais coordenação. Fizeram a coreografia direitinho e cantaram muito animados. Parabéns às misses Analu e Luana pela organização!  Além de tudo, para nós foi uma emoção especial ver a Laura se apresentando pela primeira vez em uma comemoração em homenagem aos pais.

Chegando na festa
Lindinhos no palco ao som de "Smile"

Em maio matei a vontade de uma apresentação "só pra mim". Como acontece todos os anos (este é o terceiro da Laura no ballet, com Miss Liège) em maio há uma aula aberta em homenagem às mães.

Apresentação em homenagem ao dia da mães
Bailarinas lindas!! Com as amiguinhas Luísa e Bárbara
Mamãe orgulhosa :-)

Este semestre de alegrias, terminou com a festa junina, também a primeira em que a Laura participou da apresentação. Como a escola sincronizou seu calendário de férias com o período da Copa, estamos agora em férias.
Pronta para a festa!

Parzinho cheio de charme... com o amiguinho Murilo

No palco

Linda com o papai!
Foi um semestre em que vimos a Laura seguir progredindo em seu amor pelo aprendizado, nas interações sociais, no auto-controle de suas emoções...  seguindo a linha do que descrevi na Retrospectiva de 2013.  Saber que ainda temos muitas alegrias e desafios pela frente só nos faz cada dia os pais mais felizes e babões do mundo.


Commulicated


Como já contei em outro post, de vez em quando a Laura inventa palavras. A última invenção foi "commulicated".

Quando ouvi pela primeira vez, pelo contexto, perguntei se ela não queria dizer "complicated" (complicado). Ela insistiu que não: era mais do que complicado. Nas palavras dela "...something very, very, very tricky, more than complicated!" ("... uma coisa muito, muito, muito difícil, mais do que complicada!)

Pentear este cabelo vai ser commulicated!

Então fui comentar com o Douglas e disse que a Laura tinha criado uma palavra, que iriámos colocar no dicionário, quando ela me interrompeu:  "No, mommy, I didn't create it! It exists!" ("Não, mamãe, eu não criei! Ela [palavra] existe!".

Então tá. :)