terça-feira, 26 de outubro de 2010

High need babies

Quão maravilhoso e gratificante é criar um filho é algo que ninguém consegue saber sem experimentar. Eu ouvi por 10 anos este discurso de outras pessoas, até decidirmos ter um filho e posso dizer que não dá sequer para ter noção da intensidade emocional que é se tornar mãe antes de viver a experiência.

Dá pra acreditar que este bebezinho é a Laurinha? Com 2 dias de idade
Assim, tenho certeza que ninguém sabe o que é criar um bebê com altas necessidades (high need babies, estou traduzindo literalmente, por não ter encontrado termo melhor...) até ter um.  A maioria das pessoas que conheço tem bebês com comportamento mais ou menos padrão, no que diz respeito a sono, necessidades emocionais... E a sensação que tenho é que devem achar que exagero quando digo que a Laurinha demanda muito da gente. Afinal, todos os bebês demandam muito dos pais, o que a Laurinha tem de especial?

Eu conheci o termo "bebê com altas necessidades" bem antes de saber o que significava, com a primeira pediatra da Laurinha. Naquela época, achando que pudesse ter algo errado com a ela, consultamos outros pediatras e acabamos trocando. Mas foi pesquisando por conta própria as caracteristicas da Laurinha que encontrei o termo "high need baby", principalmente em artigos e livros do Dr. Sears. Compreender que tinha um bebê especial fez toda a diferença para mim, pois só assim pude aceitar e responder de forma adequada as demandas da criação da Laurinha.

E o que é um bebê com altas necessidades? Antes de tudo, é um bebê intenso na forma de manifestar suas necessidades e sentimentos. Recém-nascida, conforto para a Laurinha era estar no colo e no peito, se possível 120% do tempo. Do contrário, era choro. Sem falar nos inúmeros momentos em que já tínhamos esgotado as opções e ela continuava chorando. Detalhe: ela não teve cólica. Só não havia (e não há até hoje) este nível de necessidade para  uma coisa: sono. Que é outra característica dos high need babies: acordar frequentemente. Logo de cara fomos atropelados por uma rotina que, literalmente, drenava nossas energias, com a Laurinha pendurada no peito, dormindo pouco e de forma irregular durante o dia e acordando de hora em hora à noite.

Alto nível da atividade é outra característica. Ficar quietinho no berço, carrinho ou cercado brincando sozinho? Bom vamos dividir em duas partes.
  1. Ficar quietinho no berço, carrinho por tempo suficiente para fazermos alguma tarefa doméstica, por exemplo, foi algo que nunca vimos enquanto ela era bebezinho, a não ser para comer. O colo (de preferência o meu e com movimento) era a opção. Acho que foi por volta de um ano que a Laurinha começou a apreciar ficar brincando no berço ou cercado. Mesmo assim, não por muito tempo, pois se locomovendo sozinha, ela queria estar sempre explorando outras possibilidades. 
  2. Brincar sozinha, já é outra história. Em geral, não basta estarmos por perto, temos que interagir com ela. E haja energia e criatividade, pois ela não demora a se entediar. Não tanto quanto no início, mas ainda temos que variar bastante as brincadeiras.
Eles também mamam com frequência. E mamar não é só nutrição, é um recurso muito usado para conforto e aconchego. A Laurinha hoje mama livre demanda. Mamadas longas são poucas, geralmente quando chego do trabalho e antes de dormir. Mas as curtinhas (às vezes não duram um minuto) são muito frequentes ao longo do dia até hoje e são a opção predileta quando ela está cansada, irritada ou frustrada.

Outra coisa que foi muito forte, principalmente no começo, foi a imprevisibilidade. Quando eu achava que tinha encontrado algo que funcionava, por exemplo, para fazê-la tirar uma soneca, no dia seguinte não dava mais certo. Hoje é muito mais tranquilo, temos uma rotina estabelecida. Mas até chegarmos neste ponto foram muitas tentativas e frustrações até dançarmos conforme a música... da Laurinha. Ou seja, o segredo é conhecer bem o temperamento dela para descobrir as melhores opções e ser persistente.

Uma outra característica que acho importante é a dificuldade que ela tem de acalmar-se sozinha para dormir. Ela precisa de ajuda para adormecer e, até hoje, toda noite eu a amamento e embalo até ela dormir. O que se repete cada vez que ela acorda à noite.  A novidade atualmente é que ela tem descido do meu colo e pedido para ajudá-la subir no berço. Normalmente ela volta para o meu colo logo depois, mas às vezes se deita e dorme no berço.

E as novas fases vem, como para todas as crianças, mas em geral, temos que lidar com a intesidade própria da Laurinha. Agora mesmo começaram as birras... mas isso é assunto para outro post.

Dito tudo isso,  vem o lado positivo: acho que o mesmo nível de energia que torna a rotina da Laurinha desgastante, é o mesmo que faz dela uma criança também intensamente viva, carinhosa e esperta, que compensa todo o esforço com momentos de alegria de sobra. O fato de ela nos exigir tanto faz de nós pais mais antenados, envolvidos e participantes, que buscam mais informação e formas de interagir e entretê-la, o que talvez não fosse nossa realidade se ela fosse um bebê anjinho.

Engraçado como tudo vira rotina... só hoje, com a Laurinha com 1 ano e 8 meses  é que me dei conta de nunca ter escrito sobre um tema tão do nosso dia-a-dia quanto high need babies!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Passeio na Torre de TV

Em 3 de outubro, depois de votar, levamos a Laurinha para um passeio na Torre de TV. Na verdade, a motivação para irmos até lá foi que haviam reaberto a fonte da torre, que estava em reforma havia algum tempo. Como a Laurinha adora água, então achamos que iria gostar.

Fonte da torre de TV: só molhança!

E realmente adorou! Também gostamos muito! A fonte é imensa e muito bonita, com jatos pra tudo quanto é lado. Mas em dia de muito vento, como foi esse em que fomos até lá, nuvens de água são lançadas contra as pessoas e fica todo mundo molhado. Obviamente, foi a parte que a Laurinha mais gostou! O calor estava bem forte e deixamos que ela aproveitasse a farra.

Fonte da Torre de TV (um pedaço da Torre no alto, à direita)

Brasília é uma cidade com muitos lugares pra se visitar, mas especialmente no Eixo Monumental há o problema da aridez. É muito difícil suportar um passeio por algum monumento depois das dez da manhã, devido ao sol forte e à falta de sombras (em nome da arquitetura!) Mas a fonte da Torre de TV é uma opção ótima, pois os esguichos liberam constantemente uma chuva fina bem refrescante. Nosso passeio foi por volta das dez e meia da manhã e o calor já estava bem forte, mas nem dava pra sentir.

Em seguida aproveitamos para subir ao mirante da Torre de TV. Queríamos ver a reação da Laurinha lá em cima do mirante, que fica a 75m de altura e permite ver a cidade toda. Ela começou a reclamar já no elevador, o que é normal, pois ela não gosta muito de elevadores. É engraçado que, ultimamente, dá pra saber bem quando ela está desconfortável com alguma coisa: tapa os ouvidos com os dedinhos, como que para se desconectar um pouco do problema :-) Consideramos isso uma evolução, pois significa que ela está aprendendo a lidar com sua ansiedade sem cair imediatamente no choro, que seria a resposta mais natural para as crianças mais novas.

No alto da Torre: a danadinha pediu pra subir no parapeito!

Lá em cima ela logo saiu correndo para explorar o mirante. E quis subir no beiral com toda a coragem! E olha que é muito alto e até eu fico desconfortável! No final, ficamos só uns 5 minutos lá em cima, pra tirar umas fotos, e descemos. Depois de algum choro no elevador (duas vezes em seguida foi muito pra ela), quando saímos compramos um pica-pau de madeira com rodinhas pra ela, que logo esqueceu o desconforto daquela lata de sardinhas.

Vovô e vovó, olha eu aqui no alto!

Passeio bem legal e ótima opção para as crianças, agora com a reabertura da fonte!