sexta-feira, 21 de março de 2014

Retrospectiva 2013 - Amadurecendo


2012 foi marcado pelas várias transições que ocorreram com a Laurinha. De 3 para 4 anos, foi realmente a passagem de bebê para criança pequena.  Em  2013 vimos a "mocinha" continuar crescendo: progressos em relação à sua independência em atividades como alimentar-se, cuidar da própria higiene, vestir-se, etc.  Progressos cognitivos, como na leitura e na escrita (de que vou falar mais adiante). E, na parte motora, também vimos avanços na coordenação motora fina (principalmente desenho e escrita) e grossa, como maior equilíbrio  e destreza nas atividades físicas, maior coordenação e graça para dançar.

Coordenação motora fina: desenhando e escrevendo o nome de seus personagens favoritos

Mas o que marcou mesmo 2013 foi o amadurecimento emocional da Laura.  Houve um salto em seu comportamento nas interações sociais e em  seu nível de autocontrole.

A Laura tem uma personalidade em que se destacam a sensibilidade alta, intensidade das emoções  e uma primeira reação negativa à situações novas, pessoas novas... Esta combinação de características sempre demandou bastante paciência da nossa parte para lidar com seu comportamento nas interações sociais.  E, principalmente, demanda discernimento (e "educated guesses") para apoiá-la a lidar com suas dificuldades respeitando seu temperamento e seus limites.

Para ilustrar, uma questão com a qual vínhamos lidando desde que a Laura entrou para a escola eram suas reações nas situações em que ela tinha que se expor. Começando com a exposição dentro de sala, como o open house ou o star of the week,  e chegando à participação de apresentações em eventos envolvendo toda a comunidade escolar, enfrentamos choro, ansiedade, resistência, desistência de participar já em cima do palco.

Para as atividades em sala, procurávamos prepará-la sempre que julgávamos necessário, falando do assunto e às vezes até "encenando" alguma coisa de forma lúdica. Com nosso apoio, a parceria das professoras, e seu próprio desenvolvimento, estas situações foram sendo superadas e hoje ela participa com entusiasmo.

Já a participação nas apresentações "públicas" seguia com avanços e retrocessos, mas nunca foram situações tranquilas. E, na grande maioria, ela sequer chegou a subir ao palco.

Nunca forçamos nada. Normalmente a Laura dizia que queria participar, ia bem nos ensaios.  Sempre tentávamos nos comportar como se ela fosse participar como todas as outras crianças e a preparávamos para as apresentações como os demais pais. A nossa ideia era apoiá-la até onde ela conseguisse ir, valorizando seus progressos ao longo do processo, mesmo que não chegasse ao resultado (participar da apresentação) no final.

Claro que ficávamos frustrados quando ela não se apresentava. Ou constrangidos diante dos outros pais, pois ela era normalmente a única a se comportar assim. Ao falar para a Laura como nos sentíamos  nestes momentos, procurávamos passar a mensagem de que nunca a forçaríamos a participar de apresentações se ela não quisesse e que tínhamos confiança de que ela iria participar quando se sentisse pronta.

Confesso que tinha medo que este ciclo de se preparar e desistir na hora H criasse um padrão negativo. Felizmente não foi o que aconteceu. Sempre contando com a parceria das professoras da Maple Bear, em 2013, a partir do segundo semestre, a Laura participou de todas as apresentações: ballet do dia dos pais, encerramento do ballet e festa de Natal da escola.

Apresentação de Ballet do Dia dos Pais
O divisor de águas foi a apresentação de ballet do Dia dos Pais. Eu não fui assistir e o Douglas chegou propositalmente "atrasado" (chegou um pouco depois do começo e ficou observando de longe). Fez esta tentativa de ficar escondido, porque, normalmente quando a Laura nos via chegar para uma apresentação, ela queria alívio imediato para ansiedade ou medo que estivesse sentindo e corria para nossos braços, ao invés de participar.  O Douglas achou que ela já conseguiria se segurar se não nos visse e resolveu fazer o teste.

A Laura ficou nervosa no início. Mas foi se soltando e se divertindo com a apresentação. Quando o Douglas viu que ela já estava bastante engajada, ele apareceu e a apresentação correu sem maiores problemas. Ficamos com a impressão de que ela percebeu, nesta oportunidade, que conseguia dar conta de suas emoções e fazer o que queria naquele momento, que era participar.

Não perdemos de vista que sua personalidade continua a mesma e que, em situações com as quais ela não sinta familiaridade, ela pode reagir como antes. Mas a nossa aposta é que seu desenvolvimento, a crescente exposição a situações diferentes e o suporte adequado da família e escola, a ajudem a progredir, a adquirir mais confiança em si mesma e autocontrole. Foi muito importante começar a construir um lastro de experiências positivas neste tipo de situação.


Apresentações de fim de ano


A despeito das dificuldades que descrevi, a Laura não tem problemas de socialização. Relaciona-se bem com os amiguinhos e é bem popular em sua turma da escola. É do tipo que procura se enturmar quando chega a uma festa ou playground, desde que tenha seu tempo para "aquecer".

Ainda no campo da socialização, este foi o ano em que começaram os "playdates": em julho a Laura  recebeu o primeiro convite para passar a tarde sozinha na casa de uma amiguinha. Fiquei insegura a princípio, pensando se não seria muito cedo para que ela saísse desacompanhada, mesmo com pessoas em quem confiamos. Na verdade, ela sempre foi tão grudada conosco que achei que ela nem iria. Enfim, permitimos. E não é que ela foi toda faceira, como se tivesse feito isso a vida toda? Chegou do passeio radiante! Realmente a Laura demonstrou mais independência do que achávamos que ela tinha. A partir daí foram muitos encontros para brincar durante o ano e também recebemos muitas amiguinhas. Adoramos a experiência!

Dá pra notar um maior "traquejo" social da Laura também em pequenas coisas do dia-a-dia, como estar menos arisca no relacionamento com as pessoas em geral,  na interação com familiares com quem ela se encontra com menos frequência e até na relação conosco, no que diz respeito a demonstrações de empatia e preocupação. A Laura percebe logo quando ficamos aborrecidos ou algo não vai bem. Não que ela não notasse antes, mas agora pergunta o que está acontecendo, quer ajudar... Como ela mesma diz "Você sabe como sou sensível, mãe...".

Em 2013 fizemos também nossa primeira viagem realmente longa, estivemos em Orlando (vamos contar em outro post...) em outubro. Tivemos o cuidado de pegar voos noturnos e o mais curtos possível para minimizar o desconforto e o tempo de espera, já que poderíamos dormir boa parte da viagem. Correu tudo super bem. Em dezembro a Laura provou que estava pronta para viagens longas mesmo ficando acordada todo o percurso: resolvemos ir de carro para Sete Lagoas para passar o Natal e ela reclamou quase nada durante a viagem, não mais do que nós mesmos.

Como contamos neste post, após o início da leitura em 2012, 2013 foi o "boom" da escrita.  Ela tem escrito bilhetes (normalmente para expressar raiva ou frustração), legendas ou fala dos personagens nos desenhos que faz, cartões, placas... A leitura também avançou bastante. Aumentou a fluência e já consegue ler livros simples, estes com uma ou poucas frases por página. Muitas vezes lê sozinha ou com pouca ajuda a história na hora de dormir!

Ano passado postamos pouco. O Douglas estava fazendo pós-graduação e quase não tinha tempo.  E o tempo ficou menor para mim também. Aliás, seus trabalhos foram sobre bilinguismo, e neste post há um resumo dos principais benefícios que ele identificou em sua pesquisa.  Ainda estamos vencendo a inércia e tentando colocar alguns fatos importantes de 2013 em dia!



domingo, 16 de março de 2014

Lua cheia

A Laura é encantada com o céu: lua, estrelas, planetas... Hoje ao olhar pela janela e ver a lua cheia, criou uma música. Infelizmente não gravamos a melodia, ficou só a letra que anotei rapidamente:

Moon is like the sun
It's like the sunny days
I can even make a wish to you
Shine on me
To you
It's called the moon...

Cute!