sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Retrospectiva 2012 - De bebê a mocinha....


Durante o ano de 2012 o mais marcante no desenvolvimento da Laurinha foi vê-la passando por diversas transições. Deixando de lado (com um empurrãozinho ou voluntariamente), alguns hábitos ou comportamentos mais compatíveis com bebês para adotar outros mais típicos de uma criança pequena. 

No geral, a Laura já demonstra independência ou habilidades mais desenvolvidas em várias situações:

  • Vai ao peniquinho sozinha e também ao vaso com redutor. Traz o banquinho pro banheiro, coloca o redutor de assento, sobe, tira a calça e senta. Faz o cocô ou xixi e nos chama pra limpar. Xixi ela consegue enxugar sozinha quando usa o penico. Já consegue ir ao vaso sem redutor sozinha, mas aí se complica um pouco para se limpar.
  • Gosta de ajudar a fazer seu leite com chocolate. Pega o leite na geladeira, a colher na gaveta, coloca o copo no microondas pra aquecer... indica e é capaz de fazer quase todos os passos. Faria sozinha se deixássemos, mas ainda seria uma bagunça! Nossa política é ir dando autonomia aos poucos, na medida das suas habilidades e nos limites da segurança. Mas sempre procuramos envolvê-la nas tarefas domésticas que ela já é capaz de participar.
  • Também adora fazer omelete. Ajuda a pegar os ingredientes, já quebra os ovos e ajuda a misturar.
Fazendo omelete
  • Prende-se sozinha na cadeirinha de alimentação e na cadeirinha do carrinho. Consegue se soltar da cadeira do carro, mas só faz quando é pra descer mesmo. A cadeira de alimentação ela já não tem utilizado: senta-se normalmente à mesa.
  • Vira cambalhotas sem ajuda.
  • Já ensaia tomar banho sozinha, mas ainda muito incompletamente.
  • Escova os dentes com ajuda: ela faz quase todos os movimentos, mas ainda tem dificuldade com algumas manobras, tipo virar a escova pra escovar a arcada superior. Também não tem a noção do quanto precisa escovar e faz tudo muito rapidamente. Por isso escovamos sempre em dois turnos: primeiro ela e depois eu.
  • Lava as mãos sozinha: acende a luz, põe sabão, esfrega, enxágua e seca.
  • No parquinho vai sozinha em quase tudo. Ainda não pegou o jeito de se balançar sozinha, mas está quase.
  • Consegue pular de um pé só.
  • Tem se interessado cada vez mais por juntar os sons das letras para ler as palavras.
Também foram destaques neste ano o sono e a alimentação. O sono por finalmente ter se estabilizado: desde o final de 2011, já dorme a noite inteira a maioria das noites. Enquanto em 2011 o percentual de noites em que ela dormiu a noite inteira foi de 38%, em 2012 chegou a 86%, sendo que a média do segundo semestre foi superior a 90%.

Quanto à alimentação, tivemos um ano em que a Laurinha se tornou bem seletiva, diminuindo a variedade de coisas que ela admitia no prato e exigindo da gente alguma ginástica para garantir a ingestão principalmente de vegetais.

A seguir falo de alguns fatos importantes mês a mês em 2012:

Janeiro - seu desfralde começou no fim de novembro de 2011. No início ela fazia xixi, mas resistia em fazer cocô no peniquinho. Isto foi superado em janeiro. Quando voltou para a escola em fevereiro, já estava totalmente independente das fraldas durante o dia e teve um único acidente (ainda em fevereiro, se não me engano) o ano inteiro.  Já o desfralde noturno demorou um pouco mais, conto adiante.

Fevereiro  -  um dia depois de completar 3 anos, conversamos sobre a amamentação, que já era bem marginal a esta altura, e a Laura concordou em parar de mamar. Ela ainda manteve o apego ao peito por um bom tempo, demonstrado em alguns comportamentos como  continuar pedindo para "hug nummies" (me abraçar e colocar o rosto no meu peito) ou segurar o meu decote na hora de dormir (ela ainda dormia no meu colo, o que deixou de fazer mais para o fim do ano).
 
Maio - na apresentação do dia das mães, ficou no palco até o final, embora não tenha participado muito. Consideramos um progresso, tendo em vista que a Laura demonstra muita ansiedade em situações de exposição a um público maior o e normalmente se recusa a subir no palco.

Junho - no Star of the week, um projeto da Maple Bear, em que o aluno é destaque da turma por uma semana, participou de todas as atividades e se divertiu muito! Mais um progresso na questão de se expor, neste caso, diante dos colegas.

Julho - a Laura ainda dormia uma soneca à tarde e começou a não dormir neste horário de vez em quando.  Ao mesmo tempo, comecei a perceber que este sono da tarde estava afetando o sono da noite.  O padrão de sono da Laura até então era: se não dormisse a soneca da tarde, normalmente ela acordava à noite. Mas neste mês passei a perceber que, embora ela dormisse a noite toda, ela estava demorando mais para dormir.  Em outras palavras, na sua hora típica de dormir, ela ainda não estava com sono! Já nos dias em que pulava a soneca da tarde, dormia rapidinho.  Comecei então a diminuir o tempo de soneca do dia, programando tirar a soneca tão logo quanto possível.

Agosto - primeira demonstração da Laura de que já conseguia juntar o som das letras para ler algumas palavras.

Setembro - a Laura sempre foi muito grudada conosco, principalmente comigo. Por isso mesmo, usar as brinquedotecas dos shoppings, simplesmente deixando ela sozinha e sair para fazer compras, nunca foi uma opção. E eu mesma tinha certa resistência em fazê-lo. Ainda assim, começamos a frequentar a brinquedoteca do Iguatemi, a Vila animada, um espaço muito legal para crianças, como uma opção de lazer pra Laurinha. E ela realmente adora (chama de "Toy Village"). Começamos entrando lá com ela. Depois ficamos do lado de fora (os dois). Então começamos a revezar: apenas um de nós ficava, enquanto o outro saía. Até que percebemos que ela já estava familiarizada (e nós mais confiantes no serviço) e tentamos deixá-la sozinha. Isso aconteceu em setembro. E esta passou a ser a nossa opção para ter um momento a dois. Este mês também marcou o fim da soneca da tarde e sua primeira visita ao dentista.

Outubro - usando um processo muito gradual, que começou em setembro, ajudamos a Laura a largar a chupeta. Também neste mês a Laura contou até 100 (em inglês) sem ajuda pela primeira vez. Outra coisa que aconteceu pela primeira vez, foi a Laura assitir um filme inteiro no cinema, a animação Hotel Transilvânia. Antes disso, a Laura se cansava após uma hora ou pouco mais e saíamos dos filmes no auge da ação e curiosos sobre o final. Desta vez, com uma ajudinha do poder de convencimento do papai, a Laura aguentou até o fim. E a partir daí tem assitido os filmes inteiros.

Novembro - começamos a aferir o tamanho do nosso vocabulário em 2011, como uma forma de acompanhar nossa experiência com o bilinguismo. Descobrimos que, em 2012, o vocabulário da Laura quase dobrou! A Laura fala inglês fluentemente para a sua idade e prefere inglês a português no dia-a-dia. A impressão que temos é que para ela, o inglês, e não o português é o seu idioma nativo.

Antes líamos histórias para ela em português, mas agora ela quer que façamos a tradução. Não nos importamos com a sua preferência pelo inglês, pois sabemos que o português é a língua majoritária e será cada vez mais exigido dela. Uma coisa interessante é que ela tem exercitado bastante a tradução de um idioma para o outro, principalmente do inglês para o português. Como o vocabulário dela é maior em inglês, tenta fazer essas traduções ao transportar palavras para o português. Às vezes saem coisas bem engraçadas, mas obviamente não rimos para não inibi-la.

Também nesse mês ela começou a dar mais demonstrações de leitura. Conseguiu ler parte do nome de um episódio dos Bubble Guppies ao escolher de uma lista na TV. Começou com: teehee low... e daí já disse, toda feliz: "The Lonely Rhino!" Já conhecia o nome mas sacou pelo pedacinho que conseguiu ler.

dezembro -  na semana de férias que passamos na casa da vovó Glória, a  Laurinha passou a adormecer na cama na ao invés de adormecer no meu colo, como era o hábito. Na verdade, este comportamento a Laura só tinha comigo, pois quando dormia na companhia da babá ou do papai, adormecia na cama já há bastante tempo.

A grande atração para a mudança foi um mosquiteiro de teto cor-de-rosa que a vovó colocou sobre a cama da Laurinha, que é alérgica a picadas de pernilongos. Ela adorou a novidade e chamava de "castelo".  Pra ser sincera, eu adorava ficar com a Laurinha no colo até ela dormir, principalmente depois que ela deixou de acordar no meio da noite. Sempre considerei um momento especial de aconchego. Mas, como ela parecia pronta para adormecer na cama, compramos um "castelo" pra ela na volta das férias e colocamos em casa. E a minha mocinha passou a adormecer na cama, embora ainda não dispense a nossa companhia.

A leitura continuou em desenvolvimento. A esta altura, já conseguia ler várias palavras e frases curtas dos livrinhos de "sight words".

Um pouco de 2013

Está tudo acontecendo muito rápido. Enquanto eu escrevia este post a Laura parou de usar fralda noturna voluntariamente. Ela já vinha acordando seca quase 100% das noites há alguns meses, mas ainda estava muito apegada ao hábito de usar a fralda pra dormir. Eu vinha conversando com ela, sobre o assunto, contando histórias, mas, nada!... Quando eu decidi parar de fazer a minha campanha pelo desfralde noturno e comprar fralda para mais uns 2 meses, a minha pequena chegou toda decidia dizendo que tinha virado mocinha, e não ia mais usar fralda pra dormir. Isso aconteceu enquanto o papai lia um dos livros que usamos durante o desfralde diurno, que conta, claro, a história de uma menininha que está fazendo a transição das fraldas para o peniquinho. Outra coisa que veio junto com esta mudança é que ela está usando o vaso preferencialmente e sem redutor. Além disso, quer se limpar sozinha e chega a pedir para encostar a porta do banheiro, pois precisa de "privacidade".

Algo que tem nos impressionado é como consegue ler várias palavras e já tem noção de que formam frases maiores, que fazem sentido. Apesar de ser mais desenvolvida verbalmente em inglês, tem mais dificuldade em ler palavras nessa língua, o que é perfeitamente compreensível devido à fonética muito mais complexa. Em português acerta bem mais. Outro dia foi bem engraçado ela tentando ler "ANARQUISMO É LUTA" pichado num muro! Enrolou-se no "QU", mas foi muito bem no resto. Depois tentamos explicar como pudemos o significado :-D

O mais legal é que o que está aprendendo de leitura foi só com diversão: joguinhos do iPod, programas de TV, livrinhos e vídeos do Youtube. Ela é que sempre se interessou por material multimídia com letras, números, formas, etc. Não tentamos ensinar nada disso a ela, no sentido tradicional, só acompanhamos seu interesse e estimulamos enquanto se interessa.

Brincando no iPod. Antes que perguntem, ela jamais comeu no McDonald's ou afins!

Letras, números e as formas básicas aprendeu sozinha, desde cedo, entre 1 e 2 anos de idade, vendo filminhos e utilizando apps do iPod. Depois começou a se interessar por vídeos do Youtube com "phonics", que é o som das letras. Daí, passou a gostar de livrinhos animados no iPod, em que a história é contada e cada palavra falada é destacada. Ano passado começou a demonstrar habilidades para juntar os sons e ler palavras, o que nos causou admiração! Sempre na linha de incentivar o que ela gosta, principalmente quando é educacionalmente interessante, compramos livrinhos de sight words e de pré leitura, com historinhas. Líamos com ela enquanto apontávamos para as palavras, o que não era novidade pra ela, pois tem inúmeros livrinhos animados no iPod em que as palavras são destacadas enquanto são lidas. Como já conhecia os sons das letras e já estava começando a juntá-los, foi desenvolvendo mais a percepção de como juntar as letras para formar os sons das sílabas e das palavras. Começou a ler algumas palavrinhas mais curtas. Depois percebeu que as palavras juntas contam a história.

Daí chegamos onde estamos hoje, em que já consegue escolher um episódio de um programa pela lista de nomes, ainda com dificuldade, claro. Esta semana, por exemplo, ela leu, relativamente rápido, "Mad mix machine", ao escolher este episódio do Pocoyo da lista do Youtube pra assistir. Lembrou até do som do "ch"! O mais interessante é que pra ela é tudo diversão! Não tentamos de forma alguma "ensiná-la" a ler, no sentido clássico da palavra. Somente a temos exposto ao que lhe interessa, apresentando novos materiais quando os antigos parecem estar ficando chatos pra ela.

Ainda sobre a leitura, ela também tem brincado de soletrar. Outro dia pediu para eu adivinhar que personagem estava pensando e deu a dica, soletrando: GOLDILOX (Goldilocks, ou Cachinhos Dourados, personagem da historinha dos 3 ursos). Depois queria que eu adivinhasse o que queria comer, e novamente, deu a dica soletrando: SOISTIX (soy sticks, uns palitinhos de soja). O interessante  é que, apesar dos erros, foneticamente o que ela soletrou estava perfeito. E o que mais impressiona é que, aos 3 anos de idade, consegue sequenciar as letras na cabecinha sem auxilio visual, a partir do que acha ser os sons que formam as palavras!

Parece que está gostando muito da autonomia que esse novo "poder" que tem desenvolvido lhe dá :-) Para nós, o mais importante é que esteja se divertindo. Assim que fica cansada, já parte para outra brincadeira. Uma grande vantagem da educação bilíngue é a riqueza de materiais em língua inglesa, sejam livros, vídeos, apps, etc. A diferença em relação à quantidade de materiais em português é absurda! Estamos muito satisfeitos com o resultado da exposição dela a esses materiais para aprender brincando.

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