As noites inteiras de sono começaram a aparecer com mais frequência sim, mas logo isso parecia tão eventual que não estava fazendo diferença. Já estava começando a me conformar que o meu destino seria o comentado pela antropóloga Katherine A. Dettwyler, em seu artigo Sleeping through the Night, em que diz que é normal que "filhotes humanos" só passem a dormir a noite inteira entre 3 e 4 anos. E eu já estava me vendo no extremo desta faixa...
Num dia de cansaço e desânimo resolvi transformar em gráfico as informações de sono da Laurinha, para ver se identificava alguma evolução. Eu mantenho um diário, compartilhado com a babá, em que anotamos os principais eventos do dia (refeições, passeios, soneca...) e tinha todos os horários em que ela acordou à noite, o que me permitiu identificar todas as noites em que ela dormiu por 5 horas ininterruptas ou mais este ano. Tirei as 5 horas como critério de alguns livros que li, como o The No-Cry Sleep Solution, da Elizabeth Pantley. Segundo esta literatura, este seria o número de horas a partir do qual já se considera que a criança dormiu a noite inteira, pelo menos quando estamos falando de bebês.
O gráfico, na verdade, mostra um índice que criei, o "Good nights", que é o percentual de dias do mês em que a Lolly dormiu mais que 5 horas. Considerando, para facilitar a comparação, todos os meses com 30 dias.
Pelo gráfico dá pra perceber que o primeiro semestre não foi nada animador. Também foi o semestre que andamos às voltas com mudanças como começar a frequentar a escola e problemas como a constipação. Ainda assim, de maio para frente, podemos dizer que houve sempre uma pequena evolução. Mas mudança sensível mesmo se deu a partir de outubro. Chegando a dezembro com quase 100% de noites "bem dormidas".
O gráfico a seguir é o outro índice em que tentei avaliar mais a qualidade do sono. Corresponde à média de sono das noites em que a Lolly dormiu 5 h ou mais. Começamos o ano, grosso modo, com a média mais próxima de 5h e nos dois últimos meses do ano superior a 7h (sua faixa de horas de sono varia entre 5 e 9,5h), chegando a 8h no último mês .
De novo vou ser cautelosa: ainda é cedo para ter certeza que vamos "viver felizes para sempre", mas os dados são animadores. Apesar de todo o cansaço, sinto que fiz a escolha mais adequada, considerando personalidade da Laura. Diria que tenho até certo orgulho de estar sendo capaz de dar o tempo que ela necessita para atingir a maturidade do sono. Espero continuar tendo energia para permitir que ela siga seu próprio ritmo neste e outros marcos.
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