quinta-feira, 12 de março de 2009

Quem precisa de rotina?

Apesar do cansaço, os primeiros dias em casa foram tranquilos. A "equipe de suporte", nota 10: Douglas, minha mãe, a babá. E ainda contava com a atenção da minha doula, Cristina, sempre que precisasse. Laurinha dormiu em seu berço desde o primeiro dia. Estava acordando mais ou menos a cada 3 horas para mamar e até dormindo períodos de 4 horas na madrugada. Estávamos rindo até as orelhas, achando que ia ser fácil, fácil estabelecer uma rotina para a família. Até que, por volta do 3o dia, nossa fofinha começou a trocar o dia pela noite. E também a mamar de forma descontrolada. Houve períodos de ela querer mamar a cada meia hora. Imaginem como ficamos acabados com esta "rotina"!

Para tentar reverter os horários da Laurinha, passamos a acordá-la durante o dia em intervalos de 2 ou 3 horas, caso ela mesma não acordasse (idéia do livro da Tracy Hogg, a encantadora de bebês...). Além disso, passamos a deixar o quarto iluminado e não ter tanto cuidado com ruídos normais da casa neste período. À noite, por outro lado, tudo passou a ser feito no maior silêncio possível e com iluminação reduzida ao mínimo necessário. Segundo os livros e sites que consultamos, a interação com ela também deveria ser mínima. A esperança era que a amamentação, por sua vez, ficasse mais regular com o estabelecimento dos horários.

De fato, a noite passou a ser melhor. Ela passou a acordar a cada 3 ou 4 horas, o que dá umas duas vezes de madrugada, para mamar. O problema é que, durante o dia, ela não tem dormido bem. Mas entra aqui uma outra variável, pois achamos que ela tem tido muitos gases e isto a incomoda bastante. Temos pelo menos um episódio de choro incontrolável durante o dia.

Buscamos orientação profissional. Além do pediatra, recebemos também a ajuda de uma enfermeira. Quanto ao pediatra, não estamos satisfeitos. Ele
  • acha que devo deixar a Laurinha mamar o quanto quiser, pelo tempo que ela quiser. Não concordamos. Sabemos que parte do tempo que ela quer ficar no peito é pura necessidade de sucção, ou seja, faz o peito de chupeta. Os dias em que fiquei por conta da vontade dela, não fazia praticamente nada além de amamentar. E é claro que nem toda vez ela estava com fome!
  • diz que bebês choram mesmo, mesmo que não haja motivo aparente, não há o que fazer. Não podemos discordar, mas, no mínimo, temos que verificar se está mesmo tudo bem com a saúde dela, para ter certeza de que se trata deste choro natural.
  • é contra dar remédio para gases, pois segundo ele, o bebê tem que aprender a lidar com eles. Fomos a uma outra pediatra no pronto atendimento do hospital Santa Luzia que passou o remédio e achamos que trouxe algum alívio para ela. A posição dele parece pura ideologia.
  • é contra chupeta. Este é um ponto controverso. Também não é a primeira opção para nós. Mas, pelo que pesquisamos e observamos da Laurinha, tornou-se evidente que ela é desses bebês que tem uma necessidade de sucção acima da média. Se chupeta satisfizer em parte esta necessidade dela, é obvio que não vamos deixar de dar...
A conclusão, não podia ser diferente: estamos em busca de outro pediatra. Estamos com algumas consultas marcadas e esperamos ter mais sorte com as outras opções.

A enfermeira nos ajudou um pouco. Passou conosco uma noite e um dia inteiros para observar a rotina da Laurinha. Nos deu algumas dicas para o sono, como, por exemplo, parar de acordá-la e deixar que o sono se regulasse mais naturalmente só com a distinção entre dia e noite. E também conseguiu introduzir a chupeta. A Laurinha ainda a rejeita a maior parte das vezes, mas já conseguimos usá-la para acalmá-la nos momentos em que ela está mais agitada ou com dificuldade maior de adormecer. Também já experimentamos a tão falada funchicórea, mas guardamos esta "arma" para os momentos de desespero, pois achamos bom que a chupeta seja de uso eventual e não contínuo.

As coisas ainda estão se ajustando e o cansaço continua grande. Os dias ainda não são muito previsíveis. A lição é que temos que ser muito, muito pacientes. A rotina, que tanto desejamos, não pode ser simplesmente imposta, precisamos trabalhar todo dia para conquistar este espaço. Mas, sentimos que, aos pouquinhos, à medida que nos tornamos mais experientes em ler os sinais da Laurinha, vamos nos sentindo mais no controle da situação.

Desafios à parte, estamos curtindo demais a nossa menininha. A cada dia, o amor fica maior. Laurinha é tudo!

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