sábado, 2 de agosto de 2014

Manias



Já contei de como as PPG (Powerpuff Girls - Meninas Superpoderosas) se tornaram uma mania pra Laura.  E a mania continua firme e forte: ela conhece desenhos, vídeos, jogos, brincadeiras novas, mas sempre retorna aos episódios e aos vídeos das PPG.  E as bonecas das PPG, claro, ficam na sua cama.

O que é interessante atualmente é que agora ela já desenvolveu outras habilidades cognitivas e explora características dos vídeos que não explorava ainda:  às vezes pausa o vídeo para ler o que está escrito, como quando vê histórias em quadrinho. Está começando a observar detalhes como as técnicas usadas nos vídeos em que internautas desenham as PPG. Outro dia mesmo, começou a usar dois tons da mesma cor para simular sombreamento num desenho que estava colorindo. E quando ela pediu ao papai para desenhar uma das meninas com maria chiquinha no computador (e ele se enrolou para desenhar o formato de "gota invertida" da maria chiquinha no paint), ela rapidamente sugeriu desenhar um círculo, com duas linhas descendo dos lados e se encontrando abaixo do círculo ,e em seguida, apagar a parte do círculo interna à "gota":


Exemplo da técnica da maria chiquinha


Hoje vou falar de outras manias. Uma é desenhar. Há mais ou menos 2 anos atrás, a Laura resistia em fazer desenhos. Ela tinha um pouco de dificuldade com a coordenação motora fina e tem uma tendência a resistir em executar tarefas para as quais ela se sente pouco competente.  E quem é que não se sente desconfortável  em situações assim?  Ainda mais se você não entende direito este desconforto e não sabe ainda direito como lidar com este tipo de ansiedade...

Desenhando sua boneca no quadro branco

Tentando desenhar sua cadeira

Desconfio também de um pouco de perfeccionismo.  Se for hereditário (pesquisas indicam que é...), Laura tem herança de pai e mãe. Mas, enfim, estamos sempre trabalhando com ela esta questão de que tentativa e erro fazem parte do aprendizado.  Que fazer bem mesmo as coisas para as quais temos aptidão requer dedicação, esforço, treino, treino e... treino.

Mas, apesar de nossos esforços, ela continuava resistente em desenhar em casa. Então decidimos tentar aula de artes (comento no fim deste post). Levei para uma aula experimental. E foi um desastre. Não gostou de nada, chorou. Mas como eu sei que a primeira reação dela com novidades é negativa e que quando estou presente ela fica mais à vontade para expressar qualquer desconforto, resolvi tentar uma segunda aula, desta vez acompanhada somente pela babá, Julienne. Bingo! Tudo que eu havia mostrado pra ela na tentativa de conquistar sua simpatia pelo lugar/atividade ela mostrou alegremente para a Babá, e ficou tranquila na aula.


Com o tempo ela começou a fazer desenhos e mais desenhos, principalmente das PPG. Hoje os desenhos já são mais variados, embora haja a preferência por desenhar meninas e casais de personagens ou crianças. O interessante também é que, com frequência, seus desenhos contam alguma história: Docinho triste porque a mãe esqueceu de arrumar seu cabelo para o ballet.  As PPG felizes porque tinham se tornado gente de verdade. Nossa família  (incluindo Nícolas e Sofia) fazendo um piquenique... Eu até passei a dar títulos ou colocar alguma nota de rodapé, para lembrar.

PPG e Laura. Ela se desenhou no mesmo estilo das personagens,
à mão livre e sem modelo

Pucca e Garu, desenhado à mão livre e sem modelo pela Laura :-)

Surgiu o problema do que fazer com os desenhos. Estava ficando "fora de controle" aquela profusão de folhas soltas. Não queria jogar fora, embora tenhamos uma arquivo "virtual" (scanneados) dos desenhos. Minha primeira providência foi datar os desenhos. Depois comprei um portfólio. Problema resolvido.

Para este post resolvi estimar quantos desenhos ela fez desde que comecei a organizá-los, mais ou menos em setembro do ano passado. No seu portfólio, são mais de 170 páginas. Contando os 7 cadernos de desenho que ela já terminou são mais 380 folhas. Detalhe: isto é uma estimativa. Não estou contando todas as páginas, pois nem sempre ela usa os dois lados do papel. Poderia falar em 600 desenhos tranquilamente.  Não exagero quando digo que ela desenha TODOS os dias.

Uma outra mania da Laura que não lembro bem quando surgiu, foi a de casais:  para as PPG, tem os RRB  (Rowdyruff boys). E quando não tem, ela cria. No sítio do picapau amarelo, inventou uma história para criar o "Emílio" para a Emília,  e a"Visconda" para o  Visconde. Criou a "Pocoya" para o Pocoyo e a "Fica" para o Fico (de Doki e amigos).  Acho que isto veio progredindo com a sua identidade de gênero. Principalmente dos 3 anos em diante, a Laura começou a separar muito "coisas de menina" e "coisas de menino". Além de eleger o coleguinha com quem iria se "casar".  :-)

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