quarta-feira, 20 de maio de 2009

Operação de guerra

Pensei que o nível de angústia e ansiedade que vivi mais ou menos até o segundo mês da Laurinha eram normais... Até achar que precisava de ajuda e conversar com a minha ginecologista, dra. Geovana. Estava com depressão pós-parto! Nada muito sério, mas precisei tomar medicação. Olha, virei outra pessoa, fez toda a diferença. E, assim, estou vivendo os percalços da maternidade com mais serenidade.


Um destes percalços está sendo a amamentação. Alguém já falou para vocês que era fácil? Bem... depende de muitas coisas. Entre elas a sua produção de leite e o comportamento do bebê, já que alguns chegam a rejeitar o peito logo no início.

Não foi o caso da Laurinha. Ela nunca foi calminha para mamar, mas adorava o peito. No entanto, mais ou menos depois de completar dois meses, ela começou a ficar muito agitada durante as mamadas, a 'brigar' mesmo com a mama. Suspeitei que ela pudesse não estar ficando satisfeita com meu leite, que pudesse estar produzindo pouco. Fui ao pronto socorro do hospital Santa Lúcia procurar um pediatra e o banco de leite. E, nesta avaliação que me fizeram, disseram que o volume de leite podia mesmo estar diminuindo. O pediatra sugeriu complementar a amamentação com Nan Soy. O mais intrigante disto tudo é que sempre saía leite do peito quando ordenhava. Por isso, fiz muitas visitas ao banco de leite do Santa Lúcia e também do Santa Luzia. Ouvi muitas orientações boas, mas também informações contraditórias. Ouvi várias vezes que tenho leite suficiente para doar, mas nada me tirava da cabeça que a Laurinha podia estar ficando com fome.

Comecei complementando a amamentação em último caso. A estratégia era amamentar a Laurinha, acalmá-la quando ela ficasse agitada, amamentar de novo, até que não tivesse como ela ficar mais no peito. Desta forma, acabávamos dando um pouco de Nan só na última mamada da noite. Ainda assim, isto foi motivo de conflito entre mim e Douglas, já que ele era contra a complementação. Como a opinião da maioria dos especialistas era que minha produção de leite era suficiente (o que é confirmado pela saúde e o ganho de peso da Laurinha), ele achava que não tinha fundamento minha suspeita.

A nossa pediatra oficial na época (acabamos de trocar) não achou seguro dar o complemento no copinho e sugeriu uma mamdeira com válvula, para que tivesse dificuldade parecida com mamar no peito. Mas certamente a dificuldade não é a mesma, mamar na mamadeira é mais fácil, embora a Laurinha tenha demorado um pouco para se acostumar.

Não acho que usar a mamadeira tenha sido a causa (ela já estava brigando com o peito), mas imagino que isso pode ter contribuído para o fato de que Laurinha está mamando cada vez menos no peito. Ela fica irritada cada vez mais cedo, acaba mamando entre 5 e 15 minutos depois de muita ginástica da minha parte pois, para prolongar este tempo no peito, troco de mama, mudo ela de posição, amamento em pé... Enfim: amamentar virou uma operação de guerra.

Depois deste tempo no peito, dou leite materno na mamadeira e depois complemento com Nan. Para não desperdiçar o leite materno, normalmente são preparadas 2 mamadeiras iguais, uma com o meu leite e outra com Nan. Assim, no pior caso, ela mama 50% de cada leite e no melhor caso, mama só leite materno. Claro que isso significa que entre as mamadas passo ainda um tempo ordenhando leite. Mas faço qualquer coisa para a Laurinha não deixar de tomar leite materno!

Se meu leite é suficiente e por que a Laurinha está brigando com o peito permanece um mistério. Estamos investigando com o novo pediatra, vamos aguardar as novidades.

Um comentário:

  1. Oi Junia,
    que bom que você conseguiu diagnosticar seu problema. Apesar de ser algo muito comum, me parece que depressão pós parto é algo meio sutil e de dificil identificação. Que ótimo que identificaram e puderam tratar para você se sentir melhor e poder falar com serenidade das dificuldades que, com certeza, não são só suas.

    Amamentação??? Pra mim a parte mais difícil de todas. Você é guerreira e está se virando muito bem.

    beijos pra duas!
    Gisele

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