É uma longa estória até explicar por que ela, aos 3 meses e meio, já começou a ingerir alimentos sólidos. Afinal, a recomendação geral é a de que os bebês tomem exclusivamente leite materno pelo menos até os seis meses.
Tudo começou com algumas dificuldades que temos tido com a Laurinha desde o primeiro mês. Ela fica bem a maior parte do tempo, mas de repente começa a ficar irritada, como se algo a incomodasse. Chegamos a fazer exame de refluxo, mas o diagnóstico foi que, apesar de ela ter um pouco dessa disfunção tão comum, não chega a incomodá-la.
Mas o problema continuou e, pediatra vem, pediatra vai, encontramos um ótimo que segue o método científico. Isso mesmo, porque a última era homeopata e só ficava receitando esses placebos que, obviamente, não tiveram o efeito esperado.
Quanto mais conheço sobre homeopatia, menos confio nela. É interessante procurar alguns vídeos do famoso cético James Randi sobre o assunto no Youtube. James Randi é famoso por detonar sem dó as pseudo ciências. Também tem este artigo aqui, que é bem esclarecedor quanto à homeopatia. E este post aqui no blog do jornalista André Forastieri, em português.
Bem, voltando ao assunto, o pediatra atual é professor da UNB e parece estar bastante atualizado na área, citando o tempo todo o respaldo científico de suas práticas. Ele tem uma hipótese sobre o que está errado, dá-nos um direcionamento e vai verificando o resultado.
E ele parece realmente se envolver com a questão. Fica super encucado, como se a Laurinha fosse um enigma em miniatura. Para ele, ela tem todos os indicadores de um bebê feliz e saudável: dorme 9 horas por noite direto, tem a pele linda e corada, sorri muito, brinca, está com o desenvolvimento bem avançado, ganha peso que é uma beleza, etc, etc. Mas tem essa irritação frequente. O pediatra mesmo diz: "alguma coisa não bate!"
É que, quando o bebê tem refluxo que realmente incomoda, o incômodo não deveria cessar à noite. Ou seja, ela não deveria ter um sono tão bom e contínuo, como as 9 horas seguidas da Laurinha. Então, ele acha que deve ser um incômodo não muito intenso. Começou receitando Motilium e Label, o primeiro para melhorar a tonicidade do esfincter cárdico (entrada do estômago), evitando o refluxo. O segundo, para diminuir a acidez do estômago, diminuindo o desconforto após o refluxo.
Porém, esse Label foi um desastre: ela ficou muito sonolenta e, talvez por isso, muito mais irritada, chorando o tempo todo. Então, logo paramos com ele e só ficamos com o Motilium, que também não parecia fazer efeito. Depois de umas duas semanas, o pediatra mandou trocar o Motilium pelo Digesan. Pelo menos este é mais fácil de tomar, pois é em gotas e a Laurinha gosta (deve ser docinho). Já o Motilium era na seringa, uma quantidade maior que uma colher de sopa cheia, e a Laurinha detestava (sempre passávamos aperto com ela engasgando e cuspindo ou expelindo pelo nariz!)
Antes ele também chegou a mandar trocar o complemento, que era Nan Soy, pelo Nan AR (anti refluxo), o que também não parece ter tido efeito. Em teoria, esse Nan AR, por ser mais grosso, dificultaria a ocorrência do refluxo, mas isso não ocorreu.
Por fim, ao receitar a troca do Motilium pelo Digesan, também recomendou que introduzíssemos, inicialmente, frutas na alimentação da Laurinha, mas sempre uma por vez. Segundo ele, a recomendação mais atual é a de que já se pode introduzir frutas antes dos seis meses. Não entendi se em determinadas condições ou sempre, mas para a Laurinha isso servia, segundo ele, principalmente porque ela já está bem avançada para a idade.
Engraçado que ele recomendou ir com calma, pois ela poderia estranhar no início. Logo, deveríamos começar com banana amassada em uma das refeições: uma colherinha no primeiro dia, duas no segundo, etc, com o objetivo de substituir uma das refeições. Porém, quando ela provou o gosto da banana, adorou e queria mais e mais. No segundo dia já estava comendo meia banana prata e, no terceiro, uma inteira!
Ela é muito gulosa e aprendeu rápido a comer. Da primeira vez, ela tentava "sugar" a banana da colher, até que descobriu como usar a língua para empurrar o alimento para dentro da boca, mas ainda cuspia involuntariamente uma boa quantidade ao tentar usar a língua. Mas agora já não cospe quase nada, a danadinha! Nas primeiras vezes, fazia uma lambança danada, como nesta foto aqui:
Após duas semanas, verificamos que o Digesan também não estava dando muito resultado e paramos com ele, partindo para o plano B: tentar introduzir mais ainda os alimentos sólidos para evitar o refluxo e tentar parar totalmente com o Nan, visto que o peso dela está ótimo e não parece precisar de complementação. O pediatra mandou introduzir uma segunda fruta e, alguns dias depois, algum legume. O objetivo seria substituir o Nan completamente por frutas, legumes e leite materno. Como ela mama a cada 3 horas, três das refeições do dia terão frutas ou legumes, objetivando reduzir as mamadas nessas refeições. Mas sempre devemos oferecer leite materno em seguida, pra ver se ela ainda tem fome.
Tentamos o mamão como segunda fruta, mas ela não gostou: cuspiu e chorou. E parece que ela detestou tanto que, quando tentamos dar banana na vez seguinte, ela ficou ressabiada e não comeu quase nada. Mas depois de alguns dias voltou ao normal e já come quase uma banana e meia. Tentamos então a pera como segunda fruta e ela gostou. Já está comendo 1/4 de uma pera por vez.
Por fim, esta semana introduzimos abóbora japonesa (amarela), com uma pitadinha de sal e um pouquinho de azeite. Ela gostou e já está comendo várias colherinhas por dia.
Em resumo, o cardápio diário dela ficou assim: mamada das 5h, mamada das 7h, banana às 10h, abóbora às 13h, pera às 15h, mamada às 18h e mamada às 21h antes de dormir. E depois da fruta ou do legume ela mama no peito e, quando começa a brigar com o peito, toma mamadeira de leite materno.
Ela tem se adaptado bem à nova alimentação. Sem falar que o cocozinho ficou mais compacto e menos fedidinho depois que reduzimos o Nan :-)
O vídeo a seguir mostra ela comendo bananinha. Nesse dia, a banana parecia estar mais azedinha, tanto que ela faz careta o tempo todo, mas come tudo!
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