Dá pra acreditar que este bebezinho é a Laurinha? Com 2 dias de idade |
Eu conheci o termo "bebê com altas necessidades" bem antes de saber o que significava, com a primeira pediatra da Laurinha. Naquela época, achando que pudesse ter algo errado com a ela, consultamos outros pediatras e acabamos trocando. Mas foi pesquisando por conta própria as caracteristicas da Laurinha que encontrei o termo "high need baby", principalmente em artigos e livros do Dr. Sears. Compreender que tinha um bebê especial fez toda a diferença para mim, pois só assim pude aceitar e responder de forma adequada as demandas da criação da Laurinha.
E o que é um bebê com altas necessidades? Antes de tudo, é um bebê intenso na forma de manifestar suas necessidades e sentimentos. Recém-nascida, conforto para a Laurinha era estar no colo e no peito, se possível 120% do tempo. Do contrário, era choro. Sem falar nos inúmeros momentos em que já tínhamos esgotado as opções e ela continuava chorando. Detalhe: ela não teve cólica. Só não havia (e não há até hoje) este nível de necessidade para uma coisa: sono. Que é outra característica dos high need babies: acordar frequentemente. Logo de cara fomos atropelados por uma rotina que, literalmente, drenava nossas energias, com a Laurinha pendurada no peito, dormindo pouco e de forma irregular durante o dia e acordando de hora em hora à noite.
Alto nível da atividade é outra característica. Ficar quietinho no berço, carrinho ou cercado brincando sozinho? Bom vamos dividir em duas partes.
- Ficar quietinho no berço, carrinho por tempo suficiente para fazermos alguma tarefa doméstica, por exemplo, foi algo que nunca vimos enquanto ela era bebezinho, a não ser para comer. O colo (de preferência o meu e com movimento) era a opção. Acho que foi por volta de um ano que a Laurinha começou a apreciar ficar brincando no berço ou cercado. Mesmo assim, não por muito tempo, pois se locomovendo sozinha, ela queria estar sempre explorando outras possibilidades.
- Brincar sozinha, já é outra história. Em geral, não basta estarmos por perto, temos que interagir com ela. E haja energia e criatividade, pois ela não demora a se entediar. Não tanto quanto no início, mas ainda temos que variar bastante as brincadeiras.
Outra coisa que foi muito forte, principalmente no começo, foi a imprevisibilidade. Quando eu achava que tinha encontrado algo que funcionava, por exemplo, para fazê-la tirar uma soneca, no dia seguinte não dava mais certo. Hoje é muito mais tranquilo, temos uma rotina estabelecida. Mas até chegarmos neste ponto foram muitas tentativas e frustrações até dançarmos conforme a música... da Laurinha. Ou seja, o segredo é conhecer bem o temperamento dela para descobrir as melhores opções e ser persistente.
Uma outra característica que acho importante é a dificuldade que ela tem de acalmar-se sozinha para dormir. Ela precisa de ajuda para adormecer e, até hoje, toda noite eu a amamento e embalo até ela dormir. O que se repete cada vez que ela acorda à noite. A novidade atualmente é que ela tem descido do meu colo e pedido para ajudá-la subir no berço. Normalmente ela volta para o meu colo logo depois, mas às vezes se deita e dorme no berço.
E as novas fases vem, como para todas as crianças, mas em geral, temos que lidar com a intesidade própria da Laurinha. Agora mesmo começaram as birras... mas isso é assunto para outro post.
Dito tudo isso, vem o lado positivo: acho que o mesmo nível de energia que torna a rotina da Laurinha desgastante, é o mesmo que faz dela uma criança também intensamente viva, carinhosa e esperta, que compensa todo o esforço com momentos de alegria de sobra. O fato de ela nos exigir tanto faz de nós pais mais antenados, envolvidos e participantes, que buscam mais informação e formas de interagir e entretê-la, o que talvez não fosse nossa realidade se ela fosse um bebê anjinho.
Engraçado como tudo vira rotina... só hoje, com a Laurinha com 1 ano e 8 meses é que me dei conta de nunca ter escrito sobre um tema tão do nosso dia-a-dia quanto high need babies!